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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Frevo-de-rua
Herculano Alencar

Meu coração que dança, cá no peito,
na sístole-diástole do passo,
sem nunca dar amostra de cansaço,
enfim pôde entender do que foi feito.

Se cada coração tem o seu jeito
de reagir à peça musical,
o meu, atualmente, dá sinal
de que não aprendeu dançar direito.

Mas, mesmo assim, ainda me atrevo
a afinar as bulhas com o frevo
até o despertar da isquemia.

E quando, finalmente, a madrugada
puser-me a vomitar pela calçada,
a dor há de render-se à sinfonia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/02/2012
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