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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Alegoria do paradoxo
Herculano Alencar

Antítese do triste, o carnaval
traz a tristeza mais perto de mim,
como se fosse um pé de alecrim
que nunca sombreou um só quintal.

Meu coração, soturno berimbau,
solfeja monocórdio, até o fim,
como se fosse um tolo arlequim
na dança do arame sobre o pau.

Antítese do triste, o carnaval
faz da tristeza minha apoteose.
Eu ergo mais um brinde à psicose
e, embriagado, morro no final.

Não fosse a poesia imortal,
eu morreria na primeira dose.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 21/02/2012
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