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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Execução
Herculano Alencar

Vai-se a luz da vida trás da morte,
qual procissão de filhos subalternos
às chamas flamejantes dos infernos,
que selam, cá na terra, antiga sorte.

A dor se faz premer inda mais forte,
enquanto a guilhotina se levanta
e a lâmina pungente grita e canta
e anuncia à vértebra, o corte.

O riso do algoz ecoa ao céu
e pinta, no silêncio do réu,
a obra terminal da criação:

Por entre a expectativa e o desejo,
a morte calmamente dá um beijo
e o sangue sai em busca do perdão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/02/2012
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