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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Imprecação
Herculano Alencar

Brindo o esputo incrusto no meu leito
(o véu espectral da heresia)
com que cobri a minha poesia,
pra camuflar a cor do preconceito.

Trago no cromossomo um defeito
(herança germinal da hipocrisia)
que perpetua a torpe anomalia,
que bate ofegante no meu peito.

Invoco o sobrenome de Augusto
para cobrar dos anjos todo o custo,
até que deus me feche a garganta.

Mas se me for negada a extrema-unção,
hei de entalar o pomo de adão
no hímen complacente de uma santa.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/02/2012
Alterado em 22/02/2012
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