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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Fabela da cotovia

Fez o seu ninho a velha cotovia,
por sobre um pé de milho da lavoura.
A safra era muito promissora:
o milho, em espigas, florescia.

A velha cotovia já sabia,
que o seu lar estava por um fio:
o tempo de ouvir só mais um pio
do último filhote que nascia.

Tão logo deu-se início a colheita,
resignadamente a ave aceita
e vai cantar em outra plantação.

E veio a chuva, e foi-se o estio,
e a terra novamente entra no cio,
e a cotovia ensaia outra canção.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 24/02/2012
Alterado em 20/04/2021
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