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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Flagício
Herculano Alencar

Fere-me com orgulho desvairado.
Destila no meu peito a dor sofrida
e aplaudirei (de pé), por toda a vida,
co' as palmas que bateste no passado.

Destila  todo o ódio em ti guardado,
qual ave do amor de asas perdidas,
que dorme encasulada nas feridas
e acorda as cicatrizes do meu fado.

Fere-me com o amor eviscerado
deste teu coração que se esvazia
das sobras de paixão e poesia,
que carreguei, sozinho, ao teu lado.

Desfia o perdão que foi negado,
quando capitulei ao teu capricho
e rastejei teu corpo, feito bicho,
em busca de razões pra ser amado.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/02/2012
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