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Olhar fecundo
Herculano Alencar
A balouçar as nalgas sensuais e respingar o mar pela areia, a bela Eva vai e segue alheia aos olhos que, famintos, pedem mais. Ao lado, alguns poetas comensais beliscam poesia à milanesa e cospem versos bêbados, à mesa, sob o olhar descrente dos casais. A tarde abre um sorriso complacente, enquanto dá-se o bote da serpente à sombra dos pomares de Adão. Quem pode imaginar esse momento, pode enxergar além do pensamento e ver, da poesia, o embrião.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/03/2012
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