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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática do ciúme

Isóscele, o trígono do amor
tem dois de seus três lados sempre iguais.
Mas o terceiro tem um algo mais,
que não se sabe ao certo onde pôr.

Os ângulos enviam seus sinais
ao seno e ao co-seno, o tempo todo,
à espera permanente do engodo,
que há por trás da soma dos casais.

Da mediana aparta-se o bigume:
de um lado, a mão insana do ciúme,
do outro, o pesadelo da traição.

E quanto mais amor um homem sente,
há sempre aquela dúvida silente,
pendente entre o castigo e o perdão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/03/2012
Alterado em 11/07/2021
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