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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O poeta e o capitalista

Vivia um poeta, no mundo da lua,
plantando fantasias nos jardins do céu,
a navegar, nos seus barquinhos de papel,
pelas águas das chuvas que caem nas ruas.

Vivia o seu vizinho, um capitalista,
plantando ninharia por outros jardins:
moedas, dividendos, lucros e afins...
sempre plantando à prazo e colhendo à vista.

Um dia, quando a lua era lua nova,
os dois se encontraram no azul celeste.
Então, disse o poeta: —o que tu fizeste?
—Amealhei fortuna e trouxe pra cova.

—E tu, pobre poeta, o que tu fizeste?
—Amealhei milhões de amores numa trova.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/03/2012
Alterado em 16/06/2017
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