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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Homenagem póstuma ao poeta desconhecido.
Herculano Alencar

De tão magro tornou-se um esqueleto.
Uma pobre carcaça descarnada.
Ainda assim varava a madrugada
a petiscar os versos de um soneto.

Viveu, à luz da lua, pelo gueto,
a maldizer de tudo o que podia.
Aida assim guardava a poesia,
como se fosse deus, num amuleto.

De tão fraco morreu sem um suspiro,
ainda assim desceu ao seu retiro
com um sorriso fúnebre nos lábios.

Agora é muito menos que carcaça,
ainda assim sua lembrança grassa
entre os poetas tolos e os sábios.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/03/2012
Alterado em 12/03/2012
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