No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática da saudade

Há vinte e quatro horas não te vejo!
São oitenta e seis mil e quatrocentos
os segundos que somam sofrimentos,
e choram pela falta do teu beijo.

Teu corpo não me sai do pensamento:
dois pomos paralelos sobre mim,
dois braços, que parecem não ter fim,
ao te darem completa, em juramento.

Hoje só sou, de mim, uma metade,
a outra é a soma da saudade
e o resto da perversa divisão:

um número qualquer, posto ao acaso,
que ainda não venceu seu curto prazo
nas voltas do relógio da paixão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/03/2012
Alterado em 11/07/2021
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