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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática do poeta

 

Contei os versos todos, um a um...

em cada estrofe, houve um verso a mais:

aquele que julguei não ser capaz

sair de mim, poeta tão comum.

 

As sílabas, em tônicas iguais,

parecem repetir-se, em simetria,

tal como o Philo, junto à Sophia,

que segue o Pi(π) nas casas decimais.

 

Sou um poeta, sim, eu sou mais um

daqueles que não vão lugar algum

onde não possa entrar anomalia.

 

Enquanto conto versos, mundo afora,

aqui, no coração, inda embolora

um verso que nasceu sem poesia.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/03/2012
Alterado em 20/10/2021
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