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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática do ébrio

Trançando as pernas bambas, uma a uma,
o bêbado calcula a trajetória
e segue a contar a mesma história,
que hoje dá suporte à sua alcunha.

E topa, e destrói a própria unha
nas quinas das calçadas, sem medida.
E desse jeito vai levando a vida
por muito tempo mais do que supunha.

O ébrio já não soma quase nada!
Vomita seus poemas na calçada
até que o sol proclame um novo dia.

E quando o bocejar pede uma mão,
a outra antepõe-se ao coração
pra consolar o peito em agonia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/03/2012
Alterado em 27/04/2018
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