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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O Credo agnóstico

Herculano Alencar

Eu creio em deus! Eu creio, e sei que creio
desde que me conheço como gente!
Eu creio em deus, o deus onipotente
que ocupa quase todos meus receios.

Eu creio em deus e digo sem rodeios,
por que já cria antes de ser gente.
Eu creio em deus, o deus onipresente
que me afasta, da boca, rijos seios.

Creio no deus dos tempos de escola!
O deus que me ensinou dar esmola
e me obrigou amar o meu irmão.

Eu creio em deus! O deus que foi-me imposto.
O deus, que é meu deus a contragosto,
por que não me foi dada outra opção.


Este soneto é uma menção ao capítulo 9 (Infância, abuso e a fuga da religião) do livro —"Deus um delírio"— de Richard Dawkins, que se inicia com uma citação de Victor Hugo:

"Há em cada cidade uma tocha —o professor; e um extintor — o padre".


 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 30/03/2012
Alterado em 12/04/2014
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