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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Os pródromos da ditadura

Não fosse a liberdade de expressão
a alma singular da poesia.
Não fosse um poema a ousadia
que teima e desafia a razão.

Não fosse o poeta um senão
no seio de um mundo sempre igual.
Não fosse o verso o parto natural
que dá à luz a voz do coração.

O que seria, pois, de um soneto
senão uma visão em branco e preto
do arco-íris sob a noite escura.

Quiçá um vaga-lume sem lanterna
vagando pelo céu, em noite eterna,
na ânsia de encontrar a sepultura?

Toma cuidado, pois a ditadura
é parida nos bancos da caserna!

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/03/2012
Alterado em 31/03/2022
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