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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Claustrofobia da solidão

Sozinha, à luz minguante duma vela,
(os genus calejados de orações)
implora ao criador cem mil perdões,
ainda que nenhum seja pra ela.

Um pranto engasgado na goela,
as mãos supinas (súditas do medo)
revelam o seu o único segredo:
aquele que somente a Deus revela.

Não enxerga sequer a própria crença,
apenas sua chaga de nascença:
o medo irracional da solidão.

E molha de suor o corpo inteiro,
e engole o suspiro derradeiro,
enquanto ajeita a morte no caixão.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/04/2012
Alterado em 31/08/2022
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