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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Oniromancia
Herculano Alencar

Guardo, a sete chaves, mil segredos
do leito em que o pudor se espreguiça
e prende a terna musa, submissa,
nas teias dos lascivos pesadelos:

Mil vendavais ouriçam-lhe os pelos
atentos aos apelos da libido,
equanto a boca acalma-lhe os gemidos
e tenta, a todo custo, escondê-los.

Seus sonhos são sonâmbulos desejos
que varam noite a dentro atrás dos beijos
até o despertar dos rouxinóis.

A mim, vil brizomante e poeta,
cabe verter o que a paixão secreta,
por sob a fina trama dos lençóis.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/04/2012
Alterado em 14/04/2012
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