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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto pudibundo
Herculano Alencar

Se falo de amor como se espera:
um bem angelical, quase utopia,
mil corações declamam poesia
e curvo-me às palmas mais sinceras.

Se falo do luar, da primavera,
das flores, dos amores infinitos...
ouço dizer: "que versos mais bonitos!"
quisera tê-los feito, quem me dera!

Mas quando faço versos depravados,
que falam do amor sem preconceito,
que entrega-se, a torto e a direito,
sem medo da desonra, dos pecados...

Meu coração encolhe-se no peito
e curvo-me aos apupos dos honrados.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/04/2012
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