Nada é impossível pro poeta!
Vez, que a mão escreva um sentimento,
a poesia voa com o vento,
que vai fazer chover na hora certa.

Inda que seja só por fingimento,
a poesia nasce ao turbilhão.
E mesmo que o poeta diga não,
fica refém da fúria do momento.

E cai a chuva  —na hora prevista—
pra acordar o sono do artista,
que traz do sonho uma inspiração.

Rabisca um verso  —quase displicente—
que vem a ser a hígida semente
de um poema em fim de gestação.