No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A metáfora do capital e o trabalho

Nos ombros, um casaco de vison.
À mesa, ovas frescas de esturjão.
O maitre sinaliza pro garção,
que serve um cabernet sauvignon.

Os saltos trocam passos no salão
e põem os paletós em desalinho.
A música disputa com o vinho,
que faz da taça seu diapasão.

Nos ombros os detritos do jantar.
À mesa ovas murchas de esturjão.
A pia sinaliza pro sabão
a louça que o espera pra lavar.

Há sempre, a dar sustento ao caviar,
a força de um prato de feijão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 01/05/2012
Alterado em 01/05/2021
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