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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Lembrança morta de um passado vivo

Lá vem o caminhão do gás butano
tocando "Für Elise", de Bethoven,
guardando, na memória dos que ouvem,
as notas enfandonhas do piano.

Era dezembro, quase fim de ano!
Meu botijão de gás, já no vazio,
qual solo de sertão, em pleno estio,
sempre esperou seu deus mudar seu plano.

E foi-se o caminhão de gás butano,
tocando "Für Elise" ao piano,
a fonfonar por toda a freguesia.

Era dezembro sim, era dezembro!
Meu botijão de gás, inda me lembro,
tentou, em vão, seguir a melodia.
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/06/2012
Alterado em 14/09/2021
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