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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Possessão
Herculano Alencar

Bebi o sangue rubro das palavras,
qual um vampiro, em plena lua cheia!
Bendisse cada gota e cada veia
e cada uma hemácia desta lavra.

E, ascendendo pela veia cava,
cheguei aonde reina o coração.
Lá, uma bulha disse-me que não,
enquanto outra disse que me amava.

Assim, qual uma aranha ao fim da teia,
deixei um fio entre um grão de areia
e o anel de luz (colar da lua).

E quando enfim o canto da sereia
anunciou o fim da doce seia,
a minha dor pediu perdão à tua.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/06/2012
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