No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Algemas
Herculano Alencar

Menino, ainda tolo, ele era,
quando escreveu a última sentença.
Pois quando se escreve o que se pensa,
liberta-se, da mente, uma megera.

Menino, nunca soube o que fizera
pra ver-se alijado da escola:
nunca roubou nem nunca cheirou cola,
nem esmagou a flor da primavera.

Fecharam-lhe as portas (todas elas)
sem que jamais soubesse a razão.
Muito depois, passada a escuridão...
De tanto ter forçado a janela,

alou a liberdade e só (com ela),
trancou todo o passado na prisão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/06/2012
Alterado em 23/06/2012
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