![]() Drama rural
Chapéu de palha sob a fulva esfera, orvalho da labuta sobre o corpo, um pranto ainda vivo, um riso morto, o peito a turgescer na longa espera. Um quê de quem não é mais o que era, um peso, sob o ventre e a moral, à espera de um parto natural, há pouco mais de quinze primaveras. O gume do facão corta a verdura da cana, que lhe adoça o sentido, o melaço a tingir-lhe o vestido, um tanto esgarçado na cintura. O pária de tal sina, à essa altura (um filho de usineiro bem nutrido) fugiu, antes da moça ter parido, em busca de mais uma aventura. Dizem que isso é parte da cultura, e a moça há de encontrar um bom marido! Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/07/2012
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