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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Conselho gratuito

Cuida dos teus demônios, meu poeta!
São partes do teu Eu adormecidas
por sob a crosta espessa das feridas,
que purgam o humor que a dor secreta.

Sem eles a razão é incompleta
e a emoção é menos que a metade.
São partes da mentira e da verdade,
que juntas dançarão no fim da festa.

E cuida muito bem dos teus demônios,
pois eles são de ti o patrimônio,
que há de te manter até o final.

Cuida dos teus demônios, meu amigo!
São partes da placenta e do umbigo
que restam no sepulcro da moral.

Cuida, pois que é deles, afinal,
o saldo entre o perdão e o castigo.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/07/2012
Alterado em 29/03/2019
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