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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O trem do ocaso

E lá se foi o trem marcando passo:
um dois, um dois, piuiu... piuiu... piuiu...
passou por mim, mas acho que não viu
minha ilusão à espera dum abraço.

Não viu a imensidão do meu cansaço
banhado no suor da longa espera.
Não viu ou fez de conta que não era
o trem que arrasta o tempo no espaço.

E lá se foi o trem (vagão de aço)
a carregar de mim mais um pedaço
da alma que pensei que fosse minha.

Não viu ou fez de conta que eu era
um vulto que esperou, e ainda espera,
o trem que há de levá-lo ao fim linha.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/07/2012
Alterado em 08/01/2017
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