No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Estigma

A boca entreaberta, olhar distante...
não parecia ouvir qualquer ruído.
Convulso, vomitava seus gemidos
como fosse uma espécie ruminante.

Seu corpo padecia, possuído
por todos os diabos desse mundo.
E até o pensamento (moribundo)
dormia nalgum canto esquecido.

A epilepsia o acompanha
desde o primeiro pêlo pubiano!
Trouxe com ela um pranto desumano
junta à primeira ruga da vergonha.

Dizem que sua aura, por engano,
fez-lhe saltar do bico da cegonha.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/08/2012
Alterado em 07/05/2021
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