No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Cético

Na vastidão da vil atmosfera,
mil fecaloides tingem a visão
da pária descendente de Adão:
mecônio despejado noutra era.

Já não floresce a rubra primavera
e nem se sente o cheiro da esperança!
O homem não espera ser criança,
pois já nem sabe mais o que espera.

A utopia deu-se à besta-fera,
danou-se a parir outras quimeras
do sacro-santo barro hodierno:

O homem, esse algoz do humanismo,
insiste em defecar seu egoísmo,
nas chamas flamejantes do inferno.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/08/2012
Alterado em 15/09/2021
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