Um reencontro de poetas

O que pode um poeta querer mais
se já tem ao seu alcance um ombro amigo,
que conforta e que ampara no perigo...
Eu te digo, meu amigo: Nada mais!

Gostaria de dizer (mas não consigo)
tudo aquilo que me chega ao pensamento.
Eu me sinto tão feliz nesse momento
de voltar a conviver junto contigo,

Que prefiro desmanchar em poesia
a saudade, a amizade que dormia
na espera ansiosa de acordar.

Pois o sono da saudade é tão profundo
que não sei doutra pessoa neste mundo,
senão tu, que a fizesse despertar.

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Um reencontro de poetastros

O que pode um poeta querer mais
se encontra no retorno um castigo:
Um qualira, pederasta tão antigo,
que se dá ao marinheiros pelo cais!

Gostaria de dizer, mas não consigo,
tudo aquilo que me chega ao pensamento,
mas eu sinto que essa cara de jumento
vai dar coice e acertar no meu umbigo.

É melhor eu recolher a poesia,
resguardá-la de tua pederastia
na esperança de que tu hás de mudar.

Pois enquanto te curvares para o mundo
e doares este teu anel imundo,
só os vírus vão querer te abraçar.