No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Ao "Silêncio" de Beethoven.

Quando o piano cala ao fim da tarde
e Deus recolhe o sol por mais um dia,
a música abraça a poesia
e, juntas, confabulam sem alarde!

Nem mesmo o medo infame de um covarde,
ou a coragem burra dos heróis,
ou o cantar dos velhos rouxinóis...
conseguem ser ouvidos de verdade.

O silêncio é um sonho sem destino,
que se perdeu, na voz do violino,
quando Deus ensaiou seu recital.

É o som, que o homem imagina
ser a luz ,que lhe foge da retina,
quando a vida anuncia o seu final.

O silêncio de um gênio, afinal,
são as cordas vocais da voz divina!

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/12/2012
Alterado em 28/01/2023
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