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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Quem vê desonestidade em quase tudo não há de enxergar valor em quase nada. (Herculano Alencar)




O quase
Herculano Alencar

O homem vê no outro os seus defeitos
e finge que não vê, mas vê e nega.
Carrega, na cintura, a faca cega,
com que há de cortar os preconceitos.

O homem sabe o peso que carrega
por ter sido do Pai o filho eleito.
E sabe muito bem que traz no peito
a soma dos defeitos que renega.

O homem, esse ser racional,
que sabe separar o bem do mal,
há muito se perdeu na longa estrada.

Não sabe a direção do próprio norte.
Vagueia entre a vida e a morte
aos pés do quase tudo e o quase nada.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 06/04/2013
Alterado em 06/04/2013
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