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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

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O amor abraça o ódio comovido,
como num reencontro de amizade.
E beija-o com força e com vontade
e fala de paixão ao pé do ouvido.

O amor ama o ódio. Não duvido!
E ama por que é do seu fetio
nadar sem que conheça a foz do rio,
até que chegue ao mar desconhecido.

O ódio beija o amor de qualquer jeito,
como quem beija um velho conhecido.
Pois é o própio amor envelhecido
que caducou, senil, dentro do peito.

O amor imita o ódio nos defeitos,
talvez por isso são tão parecidos.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 24/03/2007
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