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O amor abraça o ódio comovido, como num reencontro de amizade. E beija-o com força e com vontade e fala de paixão ao pé do ouvido. O amor ama o ódio. Não duvido! E ama por que é do seu fetio nadar sem que conheça a foz do rio, até que chegue ao mar desconhecido. O ódio beija o amor de qualquer jeito, como quem beija um velho conhecido. Pois é o própio amor envelhecido que caducou, senil, dentro do peito. O amor imita o ódio nos defeitos, talvez por isso são tão parecidos.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 24/03/2007
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