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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos



“Meu negócio é sombra, água fresca e jornal de letra grande.”




Ócio beócio
Herculano Alencar

Sentado sob a sombra da paineira,
com o corpo impregnado de preguiça,
comia um pão sovado com linguiça,
numa manhã, sem sol, de sexta-feira.

Tomava a caipirinha costumeira
com gotas de limão e pouco gelo,
enquanto apoiava o cotovelo
no pano embolorado da esteira.

Ao lado uma bula de remédio
(segundo ele pra matar o tédio)
com letras garrafais em miniatura.

No colo, água fresca e mineral.
Não trouxe, por descuido, o animal,
a velha e boa lupa de leitura.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/05/2013
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