No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Lembrança pubescente

Beira de rio... o sol de Teresina!
As lavadeiras, entoando às margens,
faziam parte viva da paisagem
junto ao calor da brisa setembrina.

Nos seios rijos de sinhás-meninas
bricavam mil bolinhas de sabão
como se fossem neve de verão
a esculpir as formas femininas.

Bem junto delas meu olhar pidão,
a bolinar o falo pubescente,
fez derramar a seiva inocente
que deslizou, feliz, por minha mão.

Vi o prazer, liberto da prisão,
descer as águas feito amor perdido
e navegar, num tênue gemido,
até o mar desta recordação.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/07/2013
Alterado em 06/06/2021
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