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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A flauta mágica

Ao longe, bem pra lá do infinito,
ouve-se, da flauta, o assobio,
como o sussurro de um lar vazio
que a qualquer hora vai soltar o grito.

Um riso torto, um olhar contrito,
uma carícia em busca de um seio,
uma paixão no coração alheio,
qual um poema ainda não escrito.

Ao longe, bem pra lá do infinito,
já pode-se enfim ouvir o grito
egresso da prisão do lar vazio.

A flauta assobia sem receio,
enquanto acaricio um belo seio
e deixo a poesia entar no cio.

Calado, o violão não dá um pio,
como se fosse o órfão do patinho feio.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/07/2013
Alterado em 30/05/2020
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