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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Hemoptise (menção à verve de Augusto dos Anjos)
Herculano Alencar

Orvalho de cavernas pulmonares.
Pletora que a dor no peito afoga
e escarra o egoísmo e outras drogas
no ar dos microcosmos bacilares.

Respingos que salpicam lupanares,
que forjam agonia e sofrimento,
e planam feito plumas pelo vento,
e geram poluentes para os mares.

Mistura de esputo e preconceito
a farfalhar ruídos junto ao peito
e a esperar a tosse que já vem.

Estigma de toda a impureza
que o mal da mais espurca natureza
há de ninar no colo do além.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/07/2013
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