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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Divagação do estro
Herculano Alencar

E por eu ser poeta é que vos digo
que a riqueza está na poesia.
Ainda que eu tenha a mão vazia
há sempre o apertar de um amigo.

Nasci poeta e penso, cá comigo,
que vou morrer poeta tão somente.
Meu estro, que no peito dói e sente,
chora bem muito mais do que consigo.

A brisa, o vendaval, a tempestade...
convivem, sem temor e sem maldade,
no mar em que navega minha entranha.

E por eu ser poeta, a dama morte
ao vir selar de vez a minha sorte,
há de curvar-se à dor que me acompanha.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/07/2013
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