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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Paixão selvagem

A noite trouxe as garras da pantera
e um rosnar sutil ao meu ouvido!
Seu corpo instigante e bem nutrido
saldou-me a ansiedade da espera.

Os seios, dois botões na primavera,
roubaram, da paixão, todo o vicejo,
enquanto a boca, prenhe de desejo,
me fazia refém da bela fera.

O amor, porto seguro da paixão,
livrou-se das comportas da razão
e misturou-se às águas da loucura.

Não fosse a manhã bater à porta
e restaria uma fera morta
por um poeta em transe de ventura.

É que a paixão insiste na procura,
ainda que o amor lhe abra a porta.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/10/2013
Alterado em 13/12/2018
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