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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Refém da hipocrisia

O sol se apaga sobre o firmamento
e deita um raio triste na janela!
Ao longe, o lusco-fusco da favela
esconde, da visão, o sofrimento!

Na rua, uma moto em movimento
abafa o latido de um cão!
Ao lado, um edifício em construção
parado no terceiro pavimento!

Minha janela é quase um monumento
erguido pelas mãos da hipocrisia.
As mãos que contam ganhos dia a dia
e juram sobre um falso mandamento.

A lua resplandece num lamento
e eu me quedo, refém da hipocrisia!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/10/2013
Alterado em 08/08/2018
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