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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática do medo
Herculano Alencar

Há mais de doze horas de tensão
o coração registra o tempo errado.
O tempo, este relógio apressado,
adita tiquetaques à paixão.

Em volta dos ponteiros da visão,
a hora de chorar bate mais cedo
e joga a meia-noite contra o medo,
que vive a mais completa escuridão.

O medo algebriza e dá resposta,
enquanto a poesia vira as costas
e segue, na tangente, em contramão.

Não fosse a poesia tão medrosa
não haveria nem uma só rosa
pra compensar a flor inda botão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/01/2014
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