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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O gênesis moderno

Enquanto o mar se joga na areia,
ela sacode o busto, à vontade,
e segue alheia ao sol, e à vaidade,
e aos olhos do desejo em que passeia.

O sol prepara a cútis para a ceia
e a moça serpenteia contra vento.
E segue, a exibir seu argumento,
qual uma aranha a balouçar na teia.

O meu olhar, a cada olhar vagueia
e perde o rumo, e boia, à deriva...
E do seu ventre um toque de água-viva
me faz ferver o sangue pelas veias.

Nesse momento o vento serpenteia...
o mar recua as barbas no horizonte...
uma gaivota voa pra distante...
e Deus modela o barro na areia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/01/2014
Alterado em 14/02/2018
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