![]() Um adeus enfronhado
(Menção à crônica "Olor ou Rolo" de Rosa Pena) Não leve o travesseiro (por favor!), quando o adeus passar pela montanha. Não leve, ou pelo menos deixe a fronha, que é testemunha muda desse amor. Amor degenerado e sem-vergonha, que fez de nossa cama um Coliseu, antítese de Eurídice e Orfeu, que durou muito mais do que eu suponha. Pode levar o carro, a bicicleta... meu estro embolorado de poeta e até meu velho jogo de botão. Mas deixe, por favor, o travesseiro, e assim eu poderei sentir teu cheiro quando houver de fingir nova paixão. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/01/2014
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