No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Um adeus enfronhado
(Menção à crônica "Olor ou Rolo" de Rosa Pena)

Não leve o travesseiro (por favor!),
quando o adeus passar pela montanha.
Não leve, ou pelo menos deixe a fronha,
que é testemunha muda desse amor.

Amor degenerado e sem-vergonha,
que fez de nossa cama um Coliseu,
antítese de Eurídice e Orfeu,
que durou muito mais do que eu suponha.

Pode levar o carro, a bicicleta...
meu estro embolorado de poeta
e até meu velho jogo de botão.

Mas deixe, por favor, o travesseiro,
e assim eu poderei sentir teu cheiro
quando houver de fingir nova paixão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/01/2014
Alterado em 29/01/2021
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