No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Franqueza singela
(Menção à crônica "Arre égua" de Rosa Pena)

Juvêncio não possui identidade,
carta de motorista ou de trabalho.
Vive com a mulher e três pirralhos
(herança cultural da castidade).

Não se vê no espelho da vaidade,
se é que algum dia teve espelho.
Não caleja, na missa, os joelhos,
mas reza com fervor, se der vontade.

Não tem cartão de crédito, nem cheque.
Anda de pés descalços, qual moleque,
e ri, e chora, e ama... em silêncio.

E eu, que o encontrei por um acaso,
toda vez que viajo ao Parnaso,
visito o jazigo de Juvêncio.

A poesia guarda em silêncio
a flor que nunca vai sair vaso.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/01/2014
Alterado em 14/07/2019
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