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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Obra poética
Sou um livro mofado na estante,
distante da visão de quem procura
encontrar sapiência, com fartura,
sob um ponto de vista interessante.

Sou poeta e poeta, a essa altura,
não é mais que um bicho ruminante,
que engole e vomita a todo instante
os sobejos da vã literatura.

Queira Deus algum dia, inda distante,
um incauto qualquer abra a estante
em que dorme este livro sem leitura.

E quem sabe uma traça, em agonia,
roa os veios e os nós da poesia
e vomite a serragem da cultura.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/02/2014
Alterado em 14/02/2014
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