No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos


Carta de Viagem
(homenagem a José Souza, o poeta Zéferro, que nos deixou há alguns dias)


Se vai mais um José! Eu penso... e agora?
Não foi só um José, foi Zé e foi poeta:
um moço que exibe as cãs de um velho atleta
dos jogos do parnaso, pelo mundo afora.

Se vai mais um poeta, é chegada a hora
de hastear bandeira (a meio-pau) à vida,
essa flâmula leve, linda e colorida,
que ostenta um só verso inscrito: e agora?

Se vai mais um José! Eu penso... para onde?
Não foi mais um José, foi Zé, nosso José:
Zéferro, o grito rouco da pátria e da fé
em busca de alguém, que ouve e não responde.

Até... meu bom José, pois não peguei teu bonde,
me espera no Parnaso, que sigo, mesmo a pé.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/02/2014
Alterado em 17/02/2014
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