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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Alegoria do estro

Em pleno carnaval eu sigo alheio,
entregue à minha própria fantasia:
dançar por entre a prosa e a poesia
e dividir meu estro meio a meio.

Sugar a poesia doutro seio,
que não a minha própria inspiração;
voar, sem precisar sair do chão,
nas asas abissais do devaneio.

Hoje é terça-feira, os foliões
entoam os seus hinos e canções
por onde quer que bata um tamborim.

Eu fecho os olhos, penso, me concentro...
e, mesmo sem chorar, sinto por dentro
a lágrima de dor do arlequim.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/03/2014
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