![]() Exclusão social
Elisa é pobre desde que nasceu. Fugiu da seca, cheia de esperança, deixou pra trás um sonho de criança, que hoje soma a tudo que perdeu: Perdeu o pai a mãe, já não tem trança. Perdeu o a-bê-cê, não teve escola. Perdeu o sabiá e a gaiola. Perdeu a foto e o fio da lembrança. Perdeu o viço, a vez, a juventude. Perdeu a fé, num posto de saúde, Perdeu a compostura, o chão, o norte... Perdeu até o bonde da história. Só não perdeu, enfim, a trajetória, que o destino traçou pra sua sorte. Elisa viveu pobre, até que a morte deu o fim esperado à sua história. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/03/2014
Alterado em 28/04/2019 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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