No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Circense

Filho da bailarina e o trapezista,
amigo de infância do anão,
que era a falsa isca do leão
e, na vida real, um grande artista.

Crescido entre o real e a ilusão,
futuro sedutor da cartomante,
andou no mundo, qual judeu errante,
até chegar às grades da prisão.

Foi paio, foi lacaio, foi palhaço,
andou na corda bamba do fracasso
sob as palmas fingidas da plateia.

Morreu, com seu sorriso maquiado
pela tinta barata do passado,
que remonta aos matizes da estreia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/03/2014
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