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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Eu e o Fado

Olhos fechados, súditos do Fado,
teimam em esconder o sofrimento,
enquanto a musa chora, num lamento,
a voz de um coração desesperado.

E a  jovem canta, e canta, e eu, atento,
beijo o rubor do vinho com ternura
e embriagado e só, na noite escura,
deixo o Fado doer no pensamento.

A voz chorosa, como a melodia,
afaga meus ouvidos com carinho.
E eu me entrego inteiro para vinho,
enquanto a noite vira poesia.

E o Fado me esquarteja e me inebria,
e junta meus pedaços no caminho.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/04/2014
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