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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Reflexão de um poetastro

Não te cobiço os dotes, literato,
tampouco a tua aguda inteligência;
a tua verve, a tal proficiência,
que tu cultuas feito um predicado.

Talvez eu seja um tanto obcecado
pelo brilho febril da poesia:
reflexo de uma rara ectopia,
que traz, meu ser poeta, tatuado.

Sou como um arco-íris degradado,
despido do espectro luminar:
minha vaidade esvai-se pelo ar,
junto com os poemas recitados.

Assim, de cada um dos meus pecados
e os dogmas de fé do criador,
como a paixão, o ódio, o amor...
o da vaidade, sim, me foi negado!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/04/2014
Alterado em 04/04/2014
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